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Hoje, 

substituo as portas e o giz

pelos brainstormings no espelho a marcador.

E de cada vez que trabalho sinto-me como uma criança

a brincar com a sua equipa de primos.

a maturidade, responsabilidade e os valores pessoais

substituem hoje o que outrora foi o papel da mãe, das tias, da avó de prevenir asneiras,

tratar dos comuns arranhões 

estimular a levantar voo,

em equilíbrio e segurança..

Na escola, o recreio de terra batida viu nele nascer circuitos de pistas de carros feitas com o auxílio das réguas

que saltavam das mochilas.                     

Desenhar?   Sempre com giz da alfaiataria do avô                      

 nas velhas portas de madeira.                      

Estudava-se com o mesmo método:                                        

eu virava professora e as portas                                          

viravam quadros de giz.                                           

A mãe via a novela, eu gostava mais da                                         

publicidade do horário nobre                                                 

que dos bonecos matinais.                                                  

Tive o privilégio de ter crescido no seio de uma família grande, jovem e unida.

A casinha das brincadeiras era feita de tábuas de madeira velhas deixadas a um canto, mesas e assentos feitos com baldes e vasos. Reutilizar e reinventar.

Cadeiras no chão viradas com as pernas para cima serviam de carros.

Muitas cadeiras faziam autocarros.

Choviam ideias sobre como passar o tempo. E passava tão rápido!

Tinha oitenta barbies, mas para quê, quando tinha vinte primos, quintal e sol para brincar?  Brincar com as coisas velhas e abandonadas dos crescidos.

 

 

Bons Velhos Tempos. Novos Bons Tempos.

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